Papa: cristãos chamados a testemunhar a experiência da beleza de Deus
- Pascom São Francisco
- 18 de ago. de 2020
- 2 min de leitura

Vatican News
"Demo-nos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados. A tempestade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades. Mostra-nos como deixamos adormecido e abandonado aquilo que nutre, sustenta e dá força à nossa vida e à nossa comunidade."
Resgatar a capacidade do "maravilhar-se"
O título deste ano - "Privados de maravilha, permanecemos surdos ao sublime" - oferece uma contribuição preciosa e original em um momento vertiginoso da história. "Na busca dos bens, mais que do bem – observa o secretário de Estado na mensagem - muitos apostaram exclusivamente na própria força, na capacidade de produzir e ganhar, renunciando àquela atitude que na criança constitui o tecido do olhar sobre a realidade: o maravilhar-se."
E é justamente esta capacidade de maravilhar-se que coloca a vida em movimento, "permitindo a ela recomeçar em qualquer circunstância". "É a atitude que devemos ter no começo do ano, porque a vida é um dom que nos possibilita começar sempre de novo", havia dito o Papa Francisco na Missa de 1 de janeiro de 2019, insistindo então na necessidade de readquirir a capacidade de se maravilhar para viver: "a vida, sem nos maravilharmos, torna-se cinzenta, rotineira; e de igual modo a fé. Também a Igreja precisa renovar a sua maravilha por ser casa do Deus vivo, Esposa do Senhor, Mãe que gera filhos".
Se tal meta não for cultivada, tornamo-nos cegos diante da existência, fechados em nós mesmos, ficamos atraídos pelo efêmero e deixamos de questionar a realidade. Mas "também no deserto da pandemia, ressurgiram questões frequentemente adormecidas: qual é o significado da vida, da dor, da morte?".
Confinamento devolveu forma mais genuína de apreciar a existência
Mesmo sem ter consciência disso, não poucas pessoas foram "em busca de respostas ou mesmo apenas questionaram-se sobre o sentido da vida, a que todos aspiram".
Assim, ao invés de matar a sede mais profunda a este respeito, o confinamento despertou em alguns a capacidade de se maravilhar diante de pessoas e fatos antes tidos por óbvios. Tal dramática circunstância devolveu, pelo menos por um tempo, uma forma mais genuína de apreciar a existência, sem aquele complexo de distrações e preconceitos que poluem os olhos, sufocam as coisas, esvaziam o deslumbramento e nos distraem de perguntar quem somos."
Com a experiência da beleza de Deus, sustentar a esperança dos homens
"Não seria essa surpreendente descoberta, a maior contribuição que os cristãos poderiam dar para sustentar a esperança dos homens?", pergunta. "É uma tarefa da qual não podemos nos esquivar, especialmente nesta estreita curva da história.
Comments