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Após 137 anos, a imagem de nosso Padroeiro passa por restauração.

A imagem centenária de São Francisco chegou em cruz em 1884, uma imagem feita em madeira pelos nossos irmãos portugueses e doada pelo pároco de Acaraú, Padre Antônio Xavier, logo chegou, tomou seu lugar no maravilhoso altar-mor de nossa igreja, anos passaram e enfim a imagem já debilitada recebe sua primeira grande restauração para celebrar os 136 anos de festa religiosa ao Santo de Assis. Confira a história deste grande símbolo do povo cruzense.


A história da imagem de São Francisco como padroeiro de Cruz remonta antes mesmo da construção da pequena capela consagrada em sua honra em final do século XIX.

Diz-se, com fulcro na tradição histórica oral, que Francisco Bernardino Albuquerque, igual a demais outros cruzenses, em razão da grande seca que afetou a província do Ceará entre os anos de 1877 e 1879, provocando intensas ondas de migração para outras províncias, sobretudo, as situadas a oeste do Ceará: Piauí, Maranhão, Pará e Amazonas, esta última, recebendo a maior parte do fluxo migratório para extenuante e perigoso trabalho de extração de borracha.

Francisco Bernardino Albuquerque fazendo parte de uma das tantas turmas que singravam as florestas amazônicas em busca do então preciso látex, deparando-se com os constantes e iminentes perigos, rogou proteção ao Santo de Assis, prometendo-lhe que em sua volta segura à terra natal de Cruz, moveria todos os esforços possíveis para construção de uma capela em sua honra.

Após seu retorno, já com família constituída e bem situado financeiramente, Francisco Bernardino Albuquerque, juntamente com Albano José da Silveira e dos poucos moradores, à época, mirrada localidade de Cruz, deram início ao grandioso esforço de construção da capela. O vigário, nesse tempo, da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Acaraú, Padre Antônio Xavier de Maria Castro, sabendo dos esforços empreitados pelo pequeno grupo católico da comunidade localizada à margem esquerda do Acaraú, em 1883, resolveu colaborar com os esforços doando a imagem de São Francisco, talhada em madeira e de origem portuguesa.

A prova dessa empreitada está registrada no Livro de Tombo nº 2 da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição em Acaraú, em que consta a transcrição fiel de uma carta de Dom Joaquim José Vieira, então 2º Bispo do Ceará, datada de 14 de setembro de 1885, que enaltece a pessoa de Francisco Bernardino Albuquerque, designado como instituidor pelo seu empenho na disponibilização de seus próprios recursos, bem como, na captação de mão de obra junto à pequena comunidade de Cruz, para a edificação da capela consagrada que foi a São Francisco.

Com o fim dos trabalhos de conclusão da pequena capela em fins de dezembro de 1884, a imagem de São Francisco de Assis foi solenemente abençoada na Matriz Nossa Senhora da Conceição de Acaraú pelo Padre Antônio Xavier de Maria Castro em 19 dezembro de 1884. Ato contínuo, no alvorecer do dia 20 de dezembro desse mesmo ano, saindo em procissão da matriz de Acaraú, a imagem de São Francisco de Assis foi trazida em andor pelos “padrinhos” designados pelo vigário: Leocádio da Costa Araújo, Major Francisco Teófilo Ferreira, João Augusto de Castro Moura, Joaquim Martins dos Santos Filho, Capitão Paulo José Rodrigues e grande número de fiéis acompanhando o ato processional.

Na chegada da imagem em procissão à comunidade de Cruz na tarde do mesmo dia, 20 de dezembro de 1834, deu-se início, oficializada pelo Padre Vicente Gifone, mediante licença pela Provisão de 9 de maio de 1834, do então 2º Bispo do Ceará, Dom Joaquim José Vieira, a bênção solene da Capela de São Francisco da Cruz, marcando, oficialmente, o início da vida religiosa do povo cruzense.

Até o tempo hodierno, contanto já com 137 anos, a imagem de São Francisco nunca havia passado por nenhum trabalho de restauro profissional, sendo apenas feitas pequenas inserções de pinturas, acredita-se, em 1934, ano em que a acanhada capela passou por sua primeira grande reforma, trabalho que viria a ser concluído em 1938 e, de inciativa do vigário de Acaraú, Monsenhor Sabino de Lima Feijão, que lhe conferiu as dimensões que ela conserva até hoje, sendo, por essa iniciativa, transformada completamente, ganhando três imponentes altares; o da nave central, em estilo barroco em que fica encimado a imagem do Santo de Assis ladeada por arcanjos e, das naves laterais, em estilo gótico.

Mesmo com outras reformas, a esse tempo erigida já à condição de igreja matriz, em que se procedeu grandes reformas, todas no paroquiado de Padre Manoel Valdery da Rocha: em 1970, como o acréscimo da sacristia; 1992 com a construção da torre e elevação de suas paredes laterais; 2001 - a mais completa e estrutural de todas que mudou por completo as suas feições, tanto externa como interna – a secular imagem não recebeu nenhum cuidado de conservação e/ou reparo, que após quase um século e meio de exposição às intempéries, haveria de sofrer esse efeitos.

Sensível à essa situação e depois de constatar que a imagem encontrava-se totalmente deteriorada e com rachaduras em todo seu corpo de madeira, que, após análise técnica inicial apontando para seu comprometimento completo em poucos anos que impossibilitaria qualquer trabalho de recuperação, Padre Tomé da Silva, administrador em sede plena da Paróquia de São Francisco de Assis, em Cruz, procede meticuloso trabalho de pesquisa histórica sobre as originais cores da imagem, que se encontravam opacas e descaracterizadas por duas pinturas feitas (não se sabendo em que período e nem por quem) sem critério profissional que lhe respeitassem sua originalidade histórico-litúrgica.

Assim, em comemoração aos 136 de fundação da capela e da festa alusiva a seu padroeiro, também em sua 136ª edição, a imagem de São Francisco de Assis, totalmente recuperada e submetida a tratamento de seu madeirame, entronizada, ocupa seu lugar de destaque na nave central da igreja matriz, quiçá, por muitos séculos vindouros, como que, por seu olhar estático, nem por isso de expressão serena, abençoando, do elevado de seu altar, todos nós cruzenses, como nos dizendo, conforme os escritos em douradas letras no fundo negro do granito, que envolve todo o átrio interno da matriz: “O Senhor te abençoe e te guarde;. te mostre a sua face e tenha misericórdia de ti. Volva para ti o seu olhar e te dê a paz”.


Por – Paulo Roberlando

Em – Retalhos Históricos da Vida Religiosa de Cruz

 
 
 

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